Pedalando pelo Japão

12 06 2022

O que você deve esperar do lugar que abriga marcas icônicas do ciclismo mundial como Shimano, Fuji ou Tange?

O Japão é um país montanhoso, com a população concentrada nas grandes planícies e com gigantescos problemas com a gestão do espaço. Isto chega a extremos de gerar preços exorbitantes para estacionamento, inexistência de locais para deixar veiculos, eventuais dificuldades com o transporte público (que é amplo e EXTREMAMENTE eficiente: a diferença de tempo em relação ao estabelecido, seja atraso ou adiantamento, é de menos de um minuto POR ANO) o que torna o ciclismo um hábito saudável tanto para o praticante quanto para a sociedade.

O primeiro fator que vai fazer qualquer um amar a experiência de pedalar pelo país do sol nascente é o claro respeito do motorista de veículos motorizados, que invariavelmente vão dar preferência ao pedestre e ciclista. Ao ultrapassar tomarão todo cuidado para não te pegar de surpresa. As regras de direção no país são duras e a penalização de quem ameaçar um ciclista é extremamente pesada. Mas também note que as regras são aplicadas para ciclistas: use o seu capacete, tenha o seguro em dia, dirija na mão correta (o Japão utiliza a mão inglesa) e não pedale no espaço do pedestre.

Outro fator que se nota rapidamente é a extrema sensação de segurança. Você pode deixar tranquilamente sua bicicleta com uma trava bem porcaria em qualquer lugar do país. Em localidades menos povoadas você pode ate deixar a bicicleta pernoitar largada na frente de casa que não deve haver problemas. Mas não seja um idiota! A segurança é sim MUITO GRANDE, porem não é por isso que você vai dar sorte para o azar. Utilize sim uma trava de segurança, não deixe a bicicleta muito tempo fora da sua vista especialmente se ela estiver com bagagem.

As ciclovias são comuns pelo país, tanto em regiões de estrada quanto nas cidades, porém o que predomina são as ciclo rotas, espaços compartilhados entre carros e veículos, sinalizados, muitas vezes ligando regiões de interesses diversos, desde áreas turísticas ou econômicas. Para identifica-las se utilizam linhas ou setas azuis pintadas no chão. Em áreas muito turísticas também é comum a presença de totens próximos a entroncamentos com informações sobre o que há por perto. Existe uma grande quantidade de ciclo rotas pré definidas e focando no turismo, que são uma ótima pedida para quem não quer estudar muito ou tem pouco tempo para a visita.

Mountain Bike no Japão

Sim: o Japão é basicamente uma gigantesca cadeia de montanhas que sai do mar, mas não espere que você vá encontrar diversas trilhas no meio dessas montanhas onde você pode simplesmente entrar e pedalar, como muitas vezes se faz no Brasil. Não é incomum encontrar pequenas estradas de terra no meio das montanhas quando se cruza o país, inclusive algumas áreas parecem um tanto com a imagem que temos das montanhas Rochosas do Canadá, onde as árvores nascem um tanto espaçadas e geram cenários muito convidativos. Porem… Entrar nestes locais invariavelmente seria interpretado como invasão de propriedade e pode gerar grandes dores de cabeça. Não entre onde você não foi claramente convidado pelo proprietário!

O MTB no Japão(e em muitos países) normalmente é praticado em trilhas particulares, em alguns dos locais que abrigam pistas de ski no inverno e tem suas pistas utilizadas especialmente pelo downhill no verão. Além disso, existem vários bike parks com os mais diversos tipos de trilha. Neste caso, é importante pesquisar adequadamente. Existe uma grande variedade de locais, preços, etc, mas fique especialmente atento ao período de funcionamento já que no inverno neva pesadamente em muitas áreas do país.

A terra da road bike e do ciclo turismo

O país possui uma malha gigantesca de rodovias, estradas e ruas asfaltadas que geram infinitas possibilidades de se movimentar. Para ir de um grande centro ao outro com um veiculo motorizado você pode tanto utilizar as grandes rodovias expressas, como as famosas Kosokudoro (literalmente traduzido como “rodovias de alta velocidade”), quanto utilizar vias menores onde se pode acompanhar as rotinas do interior do país, as paisagens típicas e sentir as coxas queimando nas grandes subidas pelas montanhas.

Durante sua viagem você pode transportar pouca bagagem mesmo que você vá ficar bastante tempo na estrada. As “coin laundry”, lavanderias com máquinas ativadas por moedas, são MUITO comuns no Japão, onde a população costuma utiliza-la especialmente para secar os futons (edredons). Em geral custa a partir de Y400 para lavar (chegando a cerca de Y1200 pela minha experiência), mais Y100 ienes por 10 minutos de secagem, que quebram o galho em qualquer situação. Com isso, 3 camisetas, 3 roupas de baixo e 3 bermudas são o suficiente para muito tempo de viagem. Sem contar que atualmente as residências alugadas via Airbnb comumente possuem lavadoras de roupa, facilitando ainda mais a vida.

No Japão não faltam paisagens com muito verde e muitas estradas asfaltadas!

Outra comodidade maravilhosa é que praticamente qualquer loja de conveniência (os famosos Konbinis) fornecem acesso a um banheiro LIMPO! Isso significa que dificilmente você estará mais de 10 km longe de um local que vende frutas (apesar da pouca variedade), refeições, todo tipo de líquido, muitas vezes possuem ate mesmo roupas simples novas, material de higiene básico, snacks saudáveis ou não, acesso a internet, caixa eletrônico (algumas vezes ATM)… E um banheiro gratuito. Pra exemplificar, no meu relato sobre a Kumano Kodo (uma trilha com centenas de anos de idade na região de Ise, prefeitura de Mie), mesmo numa trilha milenar, localizada numa região altamente florestada, estava a menos de 10km de uma loja de conveniência.

E pode-se contar com o telefone celular e internet móvel para encontrar qualquer comodidade necessária em quase todo momento. Dificilmente se encontrará uma região onde a cobertura de sinal é falha numa região muito ampla. É possível descer do extremo norte do Japão (Hokkaido) até o extremo sul (nas ilhas de Okinawa) fazendo streaming e conversando em tempo real com seus apoiadores em todas redes sociais, incluindo Twitch e Youtube, como o Hiro/Leandro Doi do canal “Aqui Pode” provou. Obviamente ele utilizou equipamento de broadcast, porém… ELE ESTAVA PEDALANDO E FAZENDO TRANSMISSÃO AO VIVO!

Isto também significa que dificilmente você ficará sem acesso ao Google Maps, mensageiros e aplicativos de tradução, o que facilita todo tipo de interação, aumenta a segurança. Você não perderá nenhum meme do grupo da família. E de quebra isto permite que os seus entes queridos saibam imediatamente o que você está comendo, bebendo ou se houver qualquer tipo de problema. E caso você PRECISE de acesso a internet, ao seu celular, mas a bateria ou o pacote de dados do plano acabou… é muito comum a venda de power banks nos konbinis, que comumente também dão acesso gratuito a internet para clientes por um tempo limitado.

Ou seja: estamos basicamente num paraíso para os ciclistas.

Qual bike utilizar nas ciclovias japonesas?

Claro que isto depende muito do ciclista, de sua experiência em ciclo turismo, necessidade de conforto, etc, porem em vidas gerais valem alguns cuidados. As regiões asfaltadas que comentamos abaixo nem sempre tem aquele asfalto lisinho que o pessoal de speed gosta. Claro que se você planejar direitinho, vai conseguir fazer um excelente passeio neste perfil.

No geral recomendo o uso de uma bike a la gravel, já que muitas vezes nas ciclovias de maior kilometragem existem buracos, áreas mal asfaltadas, cheias de areia ou terra, sobe e desce de calçada e essas coisinhas que adoram fazer um snakebite. O uso de sistema tubeless e pneus 28, 30… 32… ajudam, tanto no conforto quanto em evitar furos.

Não me entendam mal, a conservação dos espaços é sim muito boa, porem não é o ideal pra andar com o pneu 20 e postura agressiva, especialmente por que o país é altamente populoso e a possibilidade de numa ciclovia a beira mar surgir uma criança correndo atrás da bola é real.

O clima certo para pedalar

Porem, nem tudo são flores: as condições geográficas são determinantes para que haja temporada específica que gera condições mais agradáveis para os passeios. O arquipélago japonês se estende desde uma região com clima tipicamente tropical, como em Okinawa, até Hokkaido onde algumas casas possuem uma segunda entrada no segundo andar para aquela época onde neva demais. Portanto deve se considerar tudo isto antes de planejar uma pedalada pelo país.

O verão costuma ser muito quente, abafados e muitas vezes úmido, o que piora a questão de sensação térmica e isso se extrema na região sul do arquipélago. Mas não é nada que dividir a pedalada entre os períodos mais amenos do dia (das 7 às 10:30 e das 16 às 19:30) não resolva. Invariavelmente é uma época chuvosa, portanto pode ser útil ter um roteiro flexível.

Sempre esteja atento com os Taifu, os tufões/furacões que ocorrem comumente no período quente no oriente, movimentando-se por vastas áreas trazendo fortes chuvas e ventos fortes. Normalmente estes eventos duram alguns poucos dias e dependendo do tamanho podem gerar grandes estragos. Portanto pode ser extremamente perigoso andar por ai durante a passagem. Normalmente os aplicativos de meteorologia e até mesmo o Google Maps avisam com antecedência as previsões. Se informe constantemente por que muitas vezes a rota do tufão pode se alterar e atrapalhar sua viagem

O inverno pode impedir a viagem nas regiões norte do arquipélago devido a grande quantidade de neve, como em Hokkaido. Já nas regiões ao sul, como a ilha de Kyushu (onde se localiza Nagasaki) a temperatura é sim fria, mas sempre no campo positivo, com máximas não chegando a mais de 20 graus.

Guia para transporte de bicicleta em transporte público (notadamente trens, balsas e similares)

Outra comodidade importantíssima para a popularidade do ciclo turismo no Japão é a facilidade com que você transporta sua bike na maioria dos meios de transporte publico. A rede ferroviária japonesa é impressionante, ligando praticamente todas as regiões do país e este fator unido a sua bicicleta faz com que o ciclo turismo seja fácil e seguro para qualquer pessoa, dando uma autonomia e a chance de conhecer o país de forma única. E para a ligação com as ilhas, ou ainda a passagem pelas baias por meio de seu estreito, a rede hidroviária resolve com tanta eficiência quanto. Você simplesmente leva a sua bicicleta como parte da sua bagagem e pronto!

Isso não é feito sem nenhuma regra e de qualquer forma, afinal a regulamentação é uma característica da cultura japonesa: tudo tem regras! Para isso, o item essencial é o bag de transporte de bicicleta, que eu chamo carinhosamente de “saco de bike”, que é basicamente um grande saco onde se acomoda o equipamento e com isso os funcionários permitirão que você passe pelas catracas. Você encontrará uma enorme variedade tanto em sites de comercio quanto em bicicletarias. Normalmente se exige que a roda da frente seja retirada, tudo seja colocado dentro do bag e que a bike inteira esteja coberta. A bike deve estar coberta e fechada por inteiro dentro do trem, mas ninguém vai ligar caso haja uma abertura para que você utilize a roda traseira para facilitar o transporte.

Durante todo o processo de montagem e desmontagem para acomodar os equipamentos tome muito cuidado em especial com os pequenos itens como parafusos e porcas da blocagem de roda e selim. Tenha certeza que está tudo seguro e nada irá se soltar no caminho. O Japão possui muitas bicicletarias e no geral não é difícil encontrar peças, mesmo nas cidades de menor porte os mecânicos são capacitados para lidar com equipamentos de ponta e possuem peças de reposição. Porem não é incomum que eles não tenham essas pequenas partes vendidas sortidas a pronta entrega. Ou seja: é provável que ele tenha um cubo completo, mas não necessariamente terá um parafuso da blocagem. Aí você tem que desembolsar um valor muito maior ou ate mesmo perder o passeio por uma bobagem.

Em alguns meios de transporte, como barcos e balsas, se cobra separadamente pelo passageiro e pelo veículo. Um carro, por exemplo, paga pelo carro e por cada pessoa que estiver dentro dele. Já no caso de bicicletas se ela for transportada dentro do bag como “bagagem”, só é cobrada pelo passageiro! Isso pode ser uma economia muito interessante: o preço da passagem chega a cair pela metade o que chega a compensar o preço do bag dependendo do seu percurso. Por exemplo, a travessia de balsa da cidade de Irago na província de Aichi, para a cidade de Toba na província de Mie, ida e volta, custa cerca de Y5000 com a bicicleta a mostra, e sai por cerca de Y2900 se você “ensacar” a bicicleta. Um bag simples pode ser comprado por cerca de Y2500, com sorte ate preços menores.

Fora isto, a única coisa que você deve fazer é ter cuidado com o horário que planeja embarcar com a bicicleta nos trens. Evite horários de pico especialmente se você está se deslocando para dentro ou fora de uma das grandes áreas habitadas do país. Os trens na regiões de Tokyo, Kyoto, Osaka, Nagoya, etc, costumam ficar bem cheios durante horário típico de deslocamento (7-9 da manhã e 17-19 da tarde/noite) então inclusive é possível que o staff do meio de transporte não permita o embarque de grandes bagagens. E se você não se planejou o problema é SEU. As regras são cumpridas de forma muito estrita. Portanto: fique atento.

Como planejar a sua pedalada?

Uma questão interessante é que uma grande quantidade de cidades japonesas possuem ciclo rotas mapeadas e com site disponibilizando todo tipo de informação relevante sobre o turismo em seu território, com indicação de melhores áreas para turistar, comer, fotografar, relaxar, etc. Não é incomum que eles disponibilizem arquivos com as rotas mapeadas pra você colocar no seu GPS. Esta organização é uma mão na roda e facilita tudo.

E não é necessário um aparelho especifico de GPS, o seu celular muitas vezes é o suficiente. Utilizando-se de Apps como o Google Maps, Google Earth, Ride with GPS (pago), você pode carregar as informações dos arquivos e seguir de forma segura. Além destas opções, apps como o Strava dão opção (paga….) de descobrir as rotas mais utilizadas que normalmente são seguras para a prática da modalidade escolhida.

Diversos sites, inclusive sites oficiais de turismo e ciclo turismo mantidos por entidades ligadas ao assunto, disponibilizam arquivos .FIT (para GPS polar), .KML (que pode ser aberto em vários aplicativos, como o Google Earth) ou até mesmo mapas em .PDF que dão todas as informações necessárias, inclusive os pontos de interesse, dicas de restaurantes, lojas de presente, etc.

Check List

O que eu sempre levo comigo nas minhas pedaladas:

  • chaves básicas para os parafusos da bike;
  • câmara de pneu;
  • bomba de ar ou cartucho de CO2 para qualquer inconveniente;
  • espátula para retirar o pneu;
  • água;
  • celular/maquina fotográfica;
  • moedas de Y100 e Y10 para usar em hanbaiki (máquinas automáticas);
  • bag de transporte da bike;

As melhores ciclo rotas do Japão

Dentre essas rotas selecionadas/feitas pelos governos japoneses, eu destaco algumas a seguir.

Rota do Pacífico

Esta ciclo rota percorre uma vasta região banhada pelo oceano Pacífico, com mais de 1400 quilômetros de extensão, que liga a região de Chiba, ao norte de Tokyo, até Wakayama, terminando praticamente na “porta” de Osaka. E possui diversas ramificações que podem encurtar ou aumentar o percurso de acordo com a vontade do ciclista.

Esta gigantesca malha de ciclovia atravessa 6 províncias (o equivalente a “estados” no Brasil), de norte a sul: Chiba, Kanagawa, Shizuoka, Aichi, Mie e Wakayama. Nesta longa estrada, você vai passar nas proximidades de diversas áreas de balneário, diversos templos e algumas das mais famosas atrações como o monte Fuji e a Meoto Iwa, as pedras casadas.

Mais informações, incluindo os arquivos de GPS, no site oficial da rota: https://www-1.kkr.mlit.go.jp/road/pcr/index-for-english.html

Peninsula de Atsumi

A peninsula de Atsumi fica na região sul de Aichi-ken, entre a baia de Mikawa e o oceano Pacífico. Ela se estende, de oeste a leste, da região da cidade de Toyohashi, passa por Tahara, até a região de Irago, onde está o farol de Irago, que sinaliza para os barcos que vão entrar na baia de Ise e Mikawa. Nesta área está o porto da hidrovia que liga Aichi-Ken a Mie-Ken, sendo uma área importante da ciclorrota do Pacífico que comentamos anteriormente, já que evita que se circule por toda baia de Mikawa e de Ise para passar de Aichi-ken a Mie-ken.

A região é pouco montanhosa, tem pouca variação de altitude e é um passeio que pode ser planejado para que qualquer pessoa faça. Porem neste caso é importante saber que a peninsula possui cerca de 50km de extensão, então não é muito difícil fazer um percurso de 120km, percorrendo todo o perímetro. A distancia entre a última estação de trem (Mikawa-Tahara) e o farol, na ponta da peninsula, é de cerca de 25km, que é uma distância maior do que normalmente temos no Japão. Caso você seja iniciante, ou esteja acompanhando pessoas que não estão acostumados a pedalar maiores distâncias, fique atento a este detalhe!

Parte da Ciclorrota do Pacifico passa pela peninsula de Atsumi, em Aichi-ken.

Para quem prefere ir via linha ferroviária, é so chegar até a estação de Toyohashi, vá até a linha Toyohashi Tetsudo e siga até a estação que mais te interessar de acordo com seu planejamento. A linha é muito cômoda e os vagões possuem local especifico para os ciclistas!

Lago Hamana

O lago Hamana está em Shizuoka, entre as cidades de Kosai e Hamamatsu, numa área turística muito agradável e bem cuidada. Possui uma ampla e segura área para ciclistas e dá a chance de passeios de um ou mais dias. O local é utilizado para treino de ciclismo para moradores locais.

O lago tem algumas subdivisões, como o lago Inohana, onde você pode dar uma encurtada ou esticada na sua pedalada em circuitos que variam de 60 a 120 kilometros. Além disso, todo o caminho está localizado as margens do pacifico, portanto da região da rota do pacifico que cruza Hamamatsu, gerando infinitas possibilidades de rotas!

Sugestão: como o Japão adota a mão inglesa, faça a rota na direção anti horária de forma que o lago esteja sempre a sua esquerda, e você terá sempre a melhor visão do lago.

Tambem fique esperto por que especialmente nas áreas que são ciclovias exclusivas existe um transito muito grande de pessoas, inclusive de crianças passando de lá para cá. Portanto, não tire a mão do freio e vá devagar. Se você está mais na pegada de uma pedalada mais rápida, existe a opção de simplesmente pular as partes exclusivas e continuar pela estrada, onde é tranquilo pra fazer as coxas queimarem! Esta dica vale para todo o Japão, mas em especial aqui, que é um balneário muito proximo dos grandes centros.

Mais informação, mapas e etc, podem ser encontradas no site oficial: https://hamanako-ct.jp/index_en.html

Lago Biwa

O lago Biwa é o maior lago do Japão, localizado na província de Shiga, bem próximo a Kyoto/Nara/Osaka, a megalópole imperdível para qualquer turista. Com um perímetro de cerca de 235km, vistas maravilhosas e muito procuradas, é um passeio com pouca variação de altimetria, o que torna a pedalada mais acessível a muitas pessoas, inclusive iniciantes, sendo uma interessante forma de introduzir pessoas a pedaladas mais longas/cicloturismo. Além disso o acesso a rede de trens é muito fácil na maior parte do percurso.

Porem é necessário cuidado porque em muitas áreas o ciclista acaba dividindo espaço com um trafego pesado de veículos automotores o que não é longe do ideal, então é importante que o planejamento seja feito da melhor forma para evitar momentos estressantes.

A rota é muito versátil e o planejamento pode inserir ou retirar vários trechos dando uma grande versatilidade e grande quantidade de vistas interessantes. E a sugestão dada em relação ao lago Hamana é válida aqui também: como o Japão adota a mão inglesa, faça a rota no sentido anti horário, de forma que você sempre estará com o lago a sua esquerda, e você terá a melhor visão possível.

Você pode encontrar mais informações aqui e aqui!

Toyama

Toyama é uma cidade localizada no mar do Japão/ da China e que normalmente está fora dos programas turísticos, porem é interessante comentar aqui por que lá se concentra uma grande população de brasileiros e descendentes.

A região dispõem de uma longa via ciclo viária, litorânea, com cerca de 100 km que vale ser pedalada. Não esqueça de visitar o parque Kansui que é muito bonito, agradável e caso vc seja um maníaco por Starbucks, dizem que este é um dos mais bonitos do mundo!

No parque de Kansui fica um dos mais bonitos Starbucks do mundo.

Mais informações no site oficial: https://cycling-toyama.jp/en/course/

Dê bastante atenção ao site! São MUITAS opções maravilhosas e muito bem detalhadas para facilitar o seu planejamento e aumentar a sua diversão!

Ehime e Shimanami Kaido

A região um pouco mais ao sul do Japão, nas proximidades de Hiroshima, possui uma das mais legais ciclovias do mundo. Passando por 6 ilhas, o ciclista vai de Honshu (a ilha principal) até Shikoku (a menor das ilhas principais) numa ciclovia em cima da ponte que traz vistas incriveis. E nesta pequena ilha, existem uma rota de 1000km rodeando boa parte do litoral e passando por diversos templos importantes para a religião budista. Fica difícil decidir o que fazer, onde ir!

Mais informações, como você já sabe, estão nos sites oficiais: https://shimanami-cycle.or.jp/go-shimanami/ , https://cycling-island-shikoku.com/en/route_en.html e https://dive-hiroshima.com/en/feature/cycling/

Pedalando pelo monte Fuji

Este é certamente um percurso muito atraente, mas desde já temos de deixar claro que nao é possivel chegar ao cume do Fuji de bicicleta, apenas até a conhecida 5a estação Fujinomiya. Estes trechos que podem ser atingidos de bicicleta são desafiadores, mas não são as melhores ascensões disponiveis no Japão. Ainda por cima, esses trechos não possuem vistas bonitas, então ao não ser que você tenha muitos motivos pessoais, eu recomendaria outras rotas como as citadas abaixo. Se você é um “everester” (quer pedalar subidas), uma das opções é sair do nivel do mar até a 5a estação, que vai te elevar do 0 a 2300 metros de altitude em cerca de 50 km, porem é uma via com trafego intenso de veículos automotores.

O monte Fuji é cercado por diversos lagos que são tradicionalmente percorridos por ciclistas. A volta circulando os 5 lagos sagrados (passando pelos lagos Yamanaka, Kawaguchi, Sai, Shōji e Motosu) possui cerca de 130 kilometros, São muito seguros e possuem bonitos mirantes regularmente, gerando tanto uma boa pedalada quanto boas fotos.

Outra opção é realizar a volta completa em volta do monte Fuji. Nesta rota do strava temos um caminho muito interessante para turistas, que passa por alguns dos lagos sagrados, tem um ganho alto de elevação (1914 metros) em 124,46 km e ótimas vistas. Neste caso especificamente, sugiro que a rota seja feita via horária por que assim o trecho mais tranquilo (na região oeste e norte) estarão as áreas de subida, enquanto o sudeste, que é a área com trafego mais pesado, estará sendo feito na descida.

Saindo da região de Fujinomiya, pode-se realizar metade da volta até a região de Fujiyoshida, entre o lago Kawaguchi e Yamanaka, onde existe uma boa infraestrutura e opções de hospedagem para todos os bolsos. Neste caso é possivel até esticar um pouco o primeiro dia passando tambem pelos outros lagos!


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